sábado, 23 de outubro de 2004

Turbulência

Caros colegas:

Andei (e ando) muito ocupado e com as coisas da vida e n찾o pude fazer-me presente no f처rum por estes tempos, mas mantive-me atento e li in첬meras mensagens boas. Espero que estejam todos bem e voando muito!

É importante que voemos com total conhecimento das condições meteorológicas. Porém durante um vôo podemos nos deparar com diversas situações meteorológicas que podem causar sustos e questionamentos quanto a aproximação e atitude de vôo. Gostaria de iniciar esta nova discussão com uns poucos excertos do livro “Manual de Meteorologia Aeronáutica – Economia e segurança de Vôo do Major Farid Cezar Chede, ed. ETA”, do qual gosto muito.


Trovoadas:

As nuvens “cumulunimbus” são as nuvens de trovoada, por excelência. Uma trovoada é identificada em termos de suas manifestações elétricas, isto é, os relâmpagos. Quando uma nuvem cumulunimbus é observada a distância, ela constitui um “Cb” apenas. Uma vês sobre o ponto de observação com todos os seus fenômenos, ela passa a constituir uma trovoada. Uma nuvem “Cb” se compõe na verdade de diversas nuvens Cumulus de grande desenvolvimento associadas entre si, cada uma delas constituindo uma célula de trovoada ou célula convectiva. Uma célula de trovoada pode ser constituída por uma única nuvem Cumulus que se desenvolve extraordinariamente. As trovoada são normalmente composta de duas ou mais células que podem ser identificadas em vôo pela menor turbulência entre elas, pela separação de suas áreas de precipitação e pelos ecos de radar que dão em separado. O período de vida de uma célula de trovoada é relativamente curto e divide-se em três estágios bem definidos:
1 – Estágio de cumulus: a célula constitui uma simples nuvem cumulus ou aglomerado de pequenos cumulus acossiados. É caracterisado pela predominância de correntes escendentes ao longo de toda a espessura da célula.
2 – estágio de maturidade: neste estágio as gotas de água já atingem grandes dimenções e caem na direção da superfície, formando precipitação intenssa. O topo de cada célula vai atingindo seu limite máximo de desenvolvimento vertical – ou seja, o “limite termal de instabilidade” – e o excesso de vapor de água, ainda em estado gasoso e submetido a temperaturas muito baixas, sublima, indo compor o topo cirroso do conjunto, que caracteriza o cumulunimbus. O exesso de energia que não pode mais ser usado no desenvolvimento vertical da nuvem, começa a se manifestar sob a forma de grandes descargas elétricas, que são os relâmpagos. A trovoada está formada e em plena vitalidade máxima. As correntes ascendentes são equilibradas por correntes descendentes adjacentes. Velocidades verticais superiores a 100km/h são comuns. A turbulência atinge o seu máximo desse estágio.
3 – Estágio de dissipação: as correntes descendente vão se ampliando rapidamente sobre toda a área coberta pela célula de trovoada. A turbulência se torna pouco a pouco menos intenssa, a precipitação vai se reduzindo gradativamente. As velocidades descendentes diminuem e os ventos de rajada, comuns no estágio anterior, vão desaparecendo.
Quanto aos processos de forma챌찾o as trovoadas se classificam em:
1 – Trovoadas convectivas ou termais: São as que se formam por convecção. São mais comuns durante o dia, no verão, sobre a terra e a noite, sobre o mar, no inverno. O ar em contato com a superfície aquese-se também. Eleva-se convectivamente, indo formar nuvens cumulus que evoluem em cumulunimbus sob condições favoráveis.
2 – Trovoadas advectivas: que se formam por advecção. Apresentam bases normalmente elevadas e são mais freqüentes a noite, em certas regiões do globo. A ocorência mais comum das trovoadas advectivas é devido ao fluxo de ar úmido e aquecido, por baixo do ar condicionalmente estável, sob formas de ventos fortes e quentes. As trovoadas advectivas são normalmente menos intensas que as termais e menos comuns que todas as demais.
Temos ainda as trovoadas orogr찼ficas e din창micas. Gostaria de discutir sobre t챕cnicas de v척o e comportamento do giro em turbul챗ncias convectivas, orogr찼ficas etc. Por favor, quem tiver algo a acrescentar, manda brasa!
Complemento ainda dizendo que a revista Aero Magazine deste m챗s tem uma reportagem sobre este tema e tamb챕m um site de um professor meu do curso de Regulamento (abaixo).
www.figueroa.kit.net/ , ir em windshear


Bruno

Um comentário:

  1. Muito interessante, Bruno. Obrigado por compartilhar com a gente.

    Abra챌찾o.

    O JuciÊ

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